sábado, 9 de fevereiro de 2013

Opinião - Perdidos na América de Joey Goebel

Começo esta opinião realçando o muito interessante trabalho gráfico de Rui Belo no design da capa do livro. Esta edição, com a chancela da ASA brinda-nos com uma cor berrante e com os elementos visuais presentes devidamente desenhados na capa. Na capa vemos umas pernas que simbolizam o elemento sexual muito presente neste livro enquanto que na contra capa, embora não esteja aqui representada, esteja desenhado um microfone que simboliza a música que dá cor a este romance.

Relativamente ao enredo, este não pode ser considerado um grande livro. Pode sim ser considerado um livro original com personagens polémicas e sui generis. Neste livro, somos acompanhados por um grupo de 5 amigos cujas peculiares características geram polémica e um grande burburinho por onde passam. Como se não bastasse a imagem pouco comum, estes 5 amigos pertencem a uma banda que promete agitar o mundo do Rock. Resta saber no entanto quais as razões pelas quais poderão fazê-lo. Somos então acompanhados nestas cerca de 200 páginas por Aurora, jovem sensual e atraente que farta de ser vista como um objecto, decide transportar-se numa cadeira de rodas vendo contudo os seus esforços serem infrutíferos. De seguida Luster, um dos 12 irmãos cuja profissão é a de traficar droga, restando para si o papel de idealista intelectual que se alimenta de livros e vive através das suas citações. Ray, um árabe ex-combatente na Guerra do Golfo parte para os EUA na esperança de encontrar o homem que ele mesmo baleou e na esperança de encontrar o homem da sua vida apesar do seu casamento actual com uma mulher. Deixei para o fim os elementos do sexo feminino mais interessantes da história. Ember, criança de 8 anos que tem como objectivo a morte de todos os que a ela se oponham independentemente dos meios para o atingir. (citação de uma das suas façanhas aqui). Por fim, Opal. Opal é uma idosa de 80 anos que viu a sua vida desperdiçada nos tempos de trabalho numa fábrica e pretende recuperar todo o tempo perdido ao "rockar" ao máximo e tendo relações com o maior número de homens possível. Estes 5 elementos fazem deste polémico livro uma boa forma de passar algumas horas de leitura muito divertidas que arrancarão com certeza algumas gargalhadas. A música é um elemento bastante presente neste romance e faz parte do universo do autor. Também as relações interpessoais e as vicissitudes da vida são abordadas neste livro como uma caracterização bastante fiel ao que é a vida nos subúrbios e o contraste entre famílias ricas, pobres e famílias disfuncionais. 

Não é de forma algum um livro que recomende e que considere essencial mas não deixa no entanto de ser uma leitura bastante interessante e que não será considerada como perda de tempo para o leitor.

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