segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Do Festival Ler


Ontem, Domingo, tive a oportunidade de me dirigir ao Cinema São Jorge para assistir a alguns dos eventos que fechavam a 1ª edição do Festival Ler. Optei por assistir a uma conferência de Gonçalo M. Tavares acompanhado da música de Aldina Ferreira e assisti também à entrevista de Carlos Vaz Marques (pessoa que muito admiro) a António Lobo Antunes (outra pessoa que muito admiro). Como veredicto final fica que gostei muito. Gostei de ambas e ambas foram diferentes não só nos seus intervenientes. No entanto fico com alguma pena de não ter tido oportunidade de poder assistir a outros eventos que ocorreram como por exemplo a apresentação do novo livro do José Luís Peixoto que ouvi ter sido muito interessante com a exibição de várias imagens inéditas que poderei não ter a oportunidade de ver tão cedo.


Gonçalo M. Tavares no seu estilo calmo e pacífico foi dissecando várias temáticas que ocupam o seu espectro de pensamento. Temas como o que é de facto a leitura, o que é que o olho humano realmente vê ou um projecto pessoal do autor onde este tenta perceber que livro uma determinada pessoa está a ler apenas pela sua expressão aquando do acto da leitura. Foi uma tarde muito bem passada iniciada com M. Tavares e finalizada por Lobo Antunes.


Ao entrar Lobo Antunes mostrava-se com o comum ar sério e desconfiado que o caracteriza. Tal aspecto depressa mudou quando influenciada pela descontracção de Carlos Vaz Marques a conversa começou a fluir e a decorrer com um ritmo e conteúdo muitíssimo interessantes. Falou-se de tudo. Falou-se da família. Falou-se de guerra. Falou-se de livros. 3 elementos cruciais da vida e obra de Lobo Antunes. Houve também espaço para muitas gargalhadas onde um bem disposto Lobo Antunes brincou com a voz do entrevistador, brincou com os seus livros favoritos e até com o iPad de Carlos Vaz Marques cuja tecnologia o maravilhou e lhe fazia lembrar uma radiografia aos dentes. Fiquei a gostar ainda mais do escritor depois desta entrevista. Demonstrou ser um homem muito honesto e muito mais aberto do que eu certamente esperava.



Fica então uma experiência muito boa e que espero que a Ler volte a repetir.

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